Platão nos apresenta um entendimento da alma humana e da sua composição de um modo bastante acessível, ajudando-nos a desvendar as forças primárias que regem cada um de nós. Trata-se de uma fonte extraordinária de conhecimento que nos facilita o processo de autogoverno.
A filosofia grega destaca a existência de duas esferas da realidade: a do mundo sensível e a do mundo das ideias. Dentre outras coisas, tal distinção esclarece a existência do mundo material/sensível e o diferencia do mundo imaterial/suprasensível.
Entender o ser humano na sua estrutura mais fundamental faz com que sejamos capazes de identificar quais são as forças que atuam no nosso processo de tomada de decisão.
Através do mito do carro alado, Platão nos oferece uma imagem excelente sobre a dinâmica da alma humana e o exercício da nossa liberdade.
Um dos cavalos representa o impulso racional ou moral para alcançar qualquer bem que exija esforço e tem como virtude fundamental a fortaleza. O outro cavalo representa as paixões irracionais da alma e tem como virtude mais emblemática a temperança ou moderação.
O condutor ou cocheiro deste carro alado detém o controle das rédeas de dois cavalos. Com esta imagem, Platão ilustra o papel do intelecto através da figura do cocheiro, e destaca, através da imagem dos cavalos, os motores principais que deve conduzir e harmonizar.
A função do auriga (condutor) é dirigir a biga rumo à luminosidade, tratando de conservar os dois cavalos na mesma direção. Para isso, necessita ser sábio.