Ser um bom líder exige autenticidade no pensar e no agir
Liderar a si mesmo, aos outros e à própria organização de modo efetivo e consistente é algo que exige empenho e esforço. Cada um desses âmbitos requer conhecimentos e habilidades, atitudes e comportamentos.
Tal processo é uma longa jornada onde o pensar e o agir são transformados através da reflexão e da experiência.
Não se trata somente de algo puramente intelectual: não basta saber o que deve ser feito. Antes de mais nada, é um exercício prático, conduzido pela prudência. Trata-se de ser capaz de fazer aquilo que deve ser feito na esfera pessoal e influenciar os demais para fazerem o que deve ser feito no âmbito coletivo.
O primeiro requisito para exercer a liderança é que saibamos mover-nos pela esfera da técnica, desenvolvendo a capacidade estratégica para conduzir o negócio. Além de ter boas ideias, é necessário promover o buy in dos colaboradores e de toda a organização. Entram em ação as habilidades políticas, que regem as relações humanas, juntamente com a ética.
Aprendemos a atuar como um líder na prática!
Liderar não é um exercício teórico. A experiência alimenta a reflexão e conduz o desenvolvimento de capacidades. As pessoas somente mudam sua maneira de pensar mudando antes sua maneira de se comportar. Isso pode parecer paradoxal, mas é assim que funcionamos.
Começamos a ser virtuosos atuando virtuosamente, como sabiamente foi observado por Aristóteles. A virtude, assim como o vício, confere uma experiência prática que é bastante relevante e decisiva para a seguinte ação, criando um ciclo que se retroalimenta.
Sabemos que uma mudança pontual de comportamento é algo relativamente fácil de se conseguir. Trata-se de um evento de uma única ação.
Para ser um líder melhor, seguimos não somente a sequência lógica de primeiro pensar e depois agir. Também aprendemos das nossas ações, pois o agir provoca o necessário processo de reflexão, se somos humildes.
Tentamos algo novo e observamos os resultados: como nos sentimos e as reações à nossa volta. Somente depois refletimos e internalizamos nossa experiência. Essa é a lógica necessária para todo processo de mudança pessoal: pensar – agir – refletir. Podemos dizer também que, para atuar como um líder, temos que pensar como um líder.
Por sua necessária relação com a prática e a ação, a competência se desenvolve através da experiência e se nutre dela através de um ciclo virtuoso. Novas experiências mudam não somente nossa maneira de pensar, mas também a perspectiva sobre o que é importante, alterando nosso mindset.
O exercício da liderança é um processo não somente de dentro para fora – inside out, mas também de fora para dentro – outside in. Nosso verdadeiro self emerge daquilo que fazemos. Na medida em que enfrentamos desafios que exigem diferentes habilidades ou competências em um maior grau de desenvolvimento, percebemos a necessidade de reinventar-nos. Possuir um mindset de liderança leva consigo perceber a necessidade de atuar eticamente, em um processo reiterativo que assegura credibilidade e aumenta a capacidade de influência.
O líder autêntico é alguém em quem se pode confiar: possui valores irrenunciáveis e uma intenção reta de fazer o bem.
