Governança Corporativa em tempos de Inovação Disruptiva

Se há um assunto que faz hoje executivos e conselheiros  responsáveis pelas organizações perderem o sono é o da Inovação, tema fundamental para a longevidade sustentável das mesmas.

Inovação disruptiva, robotização, inteligência artificial, blockchain, IoT (Internet of Things), big data analysis e outros assuntos relacionados têm cada vez participado da discussão em reuniões de Conselhos de Administração, órgão máximo da governança de uma organização e responsável pela elaboração das diretrizes estratégicas e do modelo de inovação a ser implantado.

É obrigação de todos hoje, executivos e conselheiros, manterem-se antenados sobre o que está ocorrendo no macro ambiente tecnológico, monitorar a concorrência atual e novos entrantes que possam impactar significativamente o seu negócio.

Através desta análise o Conselho deve definir o modelo de inovação mais adequado à organização e exigir dos executivos um plano de implementação do mesmo, com acompanhamento regular das métricas de sucesso definidas nas reuniões de Conselho.

Por modelo de inovação entendemos como a inovação será conduzida e desenvolvida pela organização.

Tradicionalmente a inovação tem sido desenvolvida pela estrutura interna da organização num modelo fechado de P&D com orçamento e equipe próprias, mas respondendo ao negócio existente.

Já há algum tempo tem-se preconizado um modelo onde parte dos negócios e sua equipe de inovação são separados da organização, muitas vezes com uma cultura e modelos organizacionais diferentes do negócio principal, o que se denomina de arquitetura ambidestra, mais ágil e informal e com metas e orçamentos mais flexíveis.

Mesmo este modelo mais recente não tem muitas vezes funcionado devido a velocidade da entrada de outros players com modelos de negócio disruptivos, levando a organização a uma arquitetura totalmente aberta através de parcerias externas com outras organizações, universidades e startups; aquisições de outras organizações ou aquisições puras e simples de tecnologias e patentes. Desta forma acelerando a entrada em novos mercados sejam eles de produtos ou serviços inovadores.

O papel do Conselho é, portanto, estar preparado para implementar o modelo de inovação que mais se adeque ao momento vivido pela empresa e à indústria onde ela compete.

About
Fernando Bagnoli
Diretor e Professor do Departamento de Direção Geral Lecturer | IESE Business School Pós-Graduação e Especialização pelo IESE Business School / Kellogg Graduate School of Management / Wharton Business School / University of Michigan´s Ross School of Business Mestre em Engenharia Escola Politécnica da USP Engenheiro Escola Politécnica da USP Carreira executiva como Presidente da Quest International para a Ásia Pacífico e América Latina, Presidente da Steelcase do Brasil e Presidente da Umbro International para a América Latina. É membro independente de Conselhos de Administração fbagnoli@ise.org.br