No passado recente, ao indagar executivos de grandes empresas sobre as necessidades de desenvolvimento de competências e novas formações aplicadas ao negócio, era comum aparecerem temas como: conhecimento de novas tecnologias, uso do comércio eletrônico, aplicação de plataformas, administração de canais digitais, e temas similares.
Recentemente, um novo tema tem ocupado as preocupações desses executivos.
Como lidar, e melhor me relacionar, com startups? Como fazer minha organização mais parecida com uma startup?
No final do ano passado Eric Ries, que ficou famoso ao publicar o livro Lean Startup, lançou um novo livro: The Startup Way. Enquanto no primeiro livro ele descreve como as startups reciclaram e turbinaram antigas técnicas de gestão da produção para testarem rapidamente e aperfeiçoarem seus produtos, o novo livro foca seu esforço justamente em analisar como empresas devem, cada vez mais, pensar e agir como startups.
Numa recente entrevista dada a uma publicação brasileira, o autor, categoricamente, afirma que “Programas de Corporate Venture não funcionam”, pois as empresas acabam por asfixiar e matar as startups investidas. Isso não é verdade. Temos estudado vários casos e iniciativas de corporate venturing que realmente funcionam e trouxeram muitos ganhos para as empresas patrocinadoras. Não há dúvidas de que o processo é complexo e necessita de um desenvolvimento de competências específicas.
Ao contrário do que Eric afirma na entrevista, a solução não é designar uma área interna para lidar com o problema, ou um “departamento de empreendedorismo”, como ele mesmo chama. Essa é a mesma solução antiga de quando as empresas criaram escritórios de qualidade total. A solução passa por uma série de ações, orquestradas pela liderança, que dê condições de que floresça um “startup mindset” e que as iniciativas de Corporate Venturing não sejam “vôos de galinha” ou replicação de modismos.