Professor Cesar Bullara
“Meu gestor nem sabe que eu existo!”. Ouvi esta frase da boca de um grande amigo, há mais de 10 anos. Confesso que, desde então, o seu significado continua ecoando na minha cabeça. E, diga-se de passagem, também o seu resultado prático.
Neste caso, nem é preciso ser muito perspicaz para arriscar um palpite sobre os passos seguidos pelo meu amigo: pouco tempo depois, ele tinha mudado de emprego, satisfeito por ter deixado um trabalho sem significado, um gestor que não exercia o seu papel e uma empresa que descuidara o seu sentido de missão.
Obviamente, meu amigo não é um caso isolado! A pressão pelos resultados acaba por fazer com que muitos gestores esqueçam qual é o papel que devem desempenhar. E como consequência, não dão ao talento toda a atenção que necessita para performar e desenvolver o seu potencial.
Todo profissional talentoso necessita do talento do gestor, para que possa se desenvolver. Com isso, torna-se evidente qual deve ser o papel do gestor: gerir a performance dos seus colaboradores.
Não me lembro de ter conhecido nenhum profissional competente que suportasse trabalhar para um mau gestor por muito tempo. É sabido que as pessoas talentosas não se demitem de uma empresa; antes elas se demitem do seu gestor.
A verdade é que, num ambiente de negócios cada vez mais competitivo e complexo, a atração e retenção do talento é algo fundamental. E o principal responsável por realizar este trabalho é o gestor.
Cesar Bullara é diretor e professor do Departamento de Gestão de Pessoas do ISE Business School