É possível conciliar o Home com o Office?

Por meio da pesquisa é “Possível conciliar o Home com o Office?”, o ISE Business School pôde aprofundar os desdobramentos pessoais e familiares deste momento de isolamento social no Brasil. Como as empresas se adaptaram ou estão se adaptando ao trabalho remoto, e como os tomadores de decisões nas empresas – ou seja, gestores e donos -, estão lidando com esta situação, uma vez que a grande maioria está vivendo a realidade 100% online pela primeira vez em suas carreiras.

Os resultados nos trouxeram 3 grandes conclusões:

  1. O futuro do trabalho é agora: a pesquisa revelou que se antes 65% das empresas nacionais e familiares eram reticentes em implementar o Home Office e, uma vez que tiveram que aderir, mais de 80% gostou da modalidade de teletrabalho. Isso indica uma tendência que veio para ficar e expõe uma mudança cultural relevante nas empresas e na maneira de perceber a relação de trabalho e produtividade.
  2. Os executivos(as) superaram dificuldades e aperfeiçoaram competências: para mais de 80% dos respondentes, as principais dificuldades foram superadas e, embora de forma diferente para mulheres e homens, esta experiência está contribuindo para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências e superação de problemas.
  3. Constatamos o resgate e fortalecimento dos laços familiares e, com isso, da pessoa integralmente: para quase 90% dos executivos, este momento contribuiu para reforçar valores pessoais e laços familiares, ainda que diante das dificuldades inerentes às circunstâncias.

 

O Futuro do Trabalho é agora.

As empresas fizeram uma importante mudança cultural para se adaptarem ao trabalho remoto. A pesquisa mostra que 51% das empresas não ofereciam esta modalidade de trabalho antes das medidas de isolamento social impostas pela emergência da Covid-19. Este número é ainda maior ao separarmos empresas nacionais e familiares das multinacionais: 65% das brasileiras não trabalhavam remotamente, versus 35% das multinacionais.

A situação atual é que mais que 52% das empresas nacionais e familiares, e 74% das multinacionais fecharam suas fábricas e escritórios e continuam suas atividades nesta modalidade. Isso mostra que a adaptação das empresas nacionais e familiares precisou ser muito mais expressiva do que das empresas multinacionais, onde as pessoas já trabalhavam regularmente de casa pelo menos uma vez por semana em 57% dos casos, versus pouco mais de 20% daquelas em empresas nacionais e familiares.

Sobre esta ótica, é interessante notar que, ao serem perguntadas sobre como vislumbram a realidade depois que as medidas de isolamento social forem atenuadas, empresas familiares, nacionais e multinacionais convergem: aproximadamente 80% dos executivos que responderam à pesquisa gostaram desta experiência de trabalho e acreditam que a modalidade se adapta aos requisitos de suas funções, e mais que 60% acredita que a modalidade contribui para melhorar sua eficiência e produtividade.

Outro dado importante que a pesquisa mostrou foi que, apesar de as empresas terem oferecido equipamentos e treinamentos no uso de tecnologia na maior parte dos casos (88%), ainda existe uma oportunidade importante quando falamos de treinamentos em matérias não técnicas; como por exemplo treinamentos em temas como conciliação trabalho-família e bem-estar, já  que apenas 35% das empresas em média ofereceram este tipo de treinamento.

Dificuldades superadas: momento de desenvolver e aprimorar competências.

Quando falamos de superação de dificuldades e desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências, muito em linha com o dado apontado sobre a modalidade melhorar habilidades como a eficiência e a produtividade, mais de 80% dos executivos responderam que o Home Office contribuiu para o desenvolvimento de competências como a resiliência e a flexibilidade. O terceiro lugar em termos de competências apresentou uma diferença entre homens e mulheres: os homens responderam que a autodisciplina foi a terceira competência mais relevante, enquanto para as mulheres a confiança-mútua. O desenvolvimento da gestão do tempo foi a competência com a qual a modalidade contribuiu menos. embora seja importante ressaltar o impacto das circunstâncias particulares do momento.

Apesar do desgaste pela sobreposição de tarefas profissionais e domésticas ter sido apontado mais pelas mulheres do que pelos homens (41% x 21%), a pesquisa mostrou equilíbrio entre os gêneros e apontou que dificuldades como “estabelecer fronteiras entre o trabalho e a dedicação à família” e “lidar com interrupções e expectativas dos cônjuges e dependentes” já foram superadas: somente 23% da população da amostra percebe estas dificuldades como altas ou muito altas.

Outro dado apontado pela pesquisa, e que também influencia positivamente o autodesenvolvimento, é a atitude de pares e gestores: mais de 90% responderam que percebem apoio e promoção da cooperação e da confiança. Podemos inferir que isto contribui para minimizar os efeitos da incerteza e angústia do momento.

 

O resgate da pessoa integralmente: o aspecto pessoal, profissional, familiar e social.

As circunstâncias que hoje possibilitaram o home office mudarão, mas este momento marcará nossas histórias pessoais. A busca pelo autoconhecimento e desenvolvimento e a confiança e valorização mútuas devem permanecer. Um dos dados mais importantes que a pesquisa revela é o fato de que, para 89% dos executivos, o Home Office os levou a valorizar e fortalecer os laços com suas famílias, assim como a valorizar mais as pessoas que se dedicam às tarefas de cuidado.

Apesar da dificuldade e complexidade do momento, 76% dos respondentes disseram que as preocupações com a família não os impedem de se concentrar no trabalho.

Isso nos leva a mais um insight que deixamos para nossos executivos e tomadores de decisões: não “esperemos para ver” o que a situação pós-pandemia nos revelará. Vocês estão tomando decisões todos os dias e têm a grande responsabilidade e oportunidade de serem parte de uma nova liderança que, além de compreender e adaptar-se a uma modalidade de trabalho, entende que o momento possibilita estabelecer uma nova relação de trabalho, com o desenvolvimento e aprimoramento de competências que resgatam o olhar para a pessoa integralmente.

 

Sobre a mostra:

Responderam à pesquisa 518 executivos(as), sendo a população mais representativa (43%), executivos da alta direção e membros do Conselho de Administração das empresas, e em segundo lugar, (41%), gerentes de nível médio. 66% dos respondentes foram homens e 34% mulheres.

A pesquisa online foi veiculada por mensagem direta do ISE Business School a antigos alunos da escola, assim como no canal institucional do LinkedIn e do Diretor do Departamento de Gestão de Pessoas, Professor Cesar Bullara.

A pesquisa esteve no ar do dia 09 de abril até o dia 11 de maio de 2020.

 


Quer ter acesso ao infográfico completo da pesquisa?

About
Natália de Castro
Professora de Gestão de Pessoas, Contabilidade e Controle e Responsabilidade Social MBA IESE Business School Graduada em Contabilidade com ênfase em Finanças | Universidad Panamericana, México Atuou como Brazil Controller para as unidades de negócios que compõem a carteira Banking no Banco JP Morgan, entre elas Fusões e Aquisições, Mercados de Dívida e Capitais, e Serviços de Tesouraria. Desenvolveu sua carreira no Brasil e América Latina nas diferentes áreas de Finanças, destacando-se Controladoria, Análise e Planejamento, e Business Management. natalia.castro@ise.org.br 
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  • […] entanto, o contexto atual trouxe também o gosto pelo novo modo de trabalhar. A ISE Business School mostrou em um estudo que 80% dos gestores gostam desse novo formato de trabalho. Desse grupo, 60% […]

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